sábado, 14 de abril de 2012

"ENTRELINHAS" Crônica de Tânia Dubois




Entrelinhas: a porta por onde o vento passa.Quando olho para um livro sinto que ele também está me olhando. Passo a mão carinhosamente na capa e, ao abri-lo, leio o significado que o autor deu às palavras. Vejo cada cena desenhada com os movimentos das palavras.

Entrelinhas: onde o poeta pousa seus pensamentos.Parece mágica? Não. É apenas olhar a vida em alta definição. É viver as contradições, porque somos a soma daquilo que escolhemos ser e do que decidimos ler.

Entrelinhas: a liberdade presa.Encanto-me com as leituras e a cumplicidade que o livro e eu assumimos. Sou amante das obras e seus significados interferem em minha vida, fazendo-me companhia nas horas mais necessitadas. Por vezes, dialogamos por horas como se o mundo parasse naquele momento em que nos descobrimos.

Entrelinhas: a ponte que une as histórias do povo.Sou amante dos livros e não me limito apenas a um tipo de leitura. Gosto de ouvir o som das palavras e de ver a paisagem descrita em seus significantes.

Entrelinhas: o horizonte onde o sol nasce.Ao ler, encontro vários textos e diversos contextos. Além de enxergar, ativo a memória para “ver” em cada escritor a sua verdade se integrando à minha vida.

Entrelinhas: marca do gol feito; a bailarina entre o palco e a platéia.Sou amante dos livros e tenho preferência pela presença da poesia na minha vida, porque, de várias maneiras, ela determina a diversidade dos limites literários. Encontro nela a fonte de inspiração que me coloca em movimento, criando um mundo de idéias sobre o qual posso me apoiar.

Entrelinhas: trilhos do trem levando e trazendo personagens.Sou amante dos livros e dos autores, que terminam por me influenciar com suas ideias, como sinais de mudança dos tempos: conquistar a vida com palavras.

Entrelinhas: a zebra como significado.As entrelinhas demonstram a busca pela vida, pela criação e possuem características que formam o ponto de partida: tomada pela consciência redescubro a palavra, os sons e as cores, para o simbolismo sem contornos rígidos, porém emotivos, com ritmos ocultos, onde só o amor pode provocar a afloração da criatividade, tornando-me amante das entrelinhas.

ESSA CRÔNICA DE TÂNIA DU BOIS FOI ESCOLHIDA PARA O LIVRO "EU QUERO SER ESCRITOR" - A CRÔNICA.



TÂNIA DU BOIS – Natural de Sarandi, RS (1956). Residente em Itapema, SC. Professora. Pedagoga formada pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB. Articulista e cronista com textos publicados em portais, sites e blogs: Cronópios, Meiotom, Vidráguas, Página Digital (Argentina), Portal Literal e Literatura sem Fronteiras. Organizadora e revisora dos poemas de Pedro Du Bois, e também capista dos seus livros.

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