Outra vez arroz, feijão e farinha.
Ai de quem reclamasse! Dos três, primeiro chegou o caçula Miguel, não deu uma
palavra.
Januária logo perguntou:
– Qual foi a aprontação de hoje?
– Nada, não.
– Diz logo se sabe. Se mente,
apanha, mas se fala a verdade, posso até remedia.
– Foi moço, mãe, fotógrafo tirou
foto minha, mas de roupa, diz que era pra pesquisa, de
Paulo
e André também, pago nóis tudo certo, acho que Paulo e André tão lá ainda com
ele.
Januária saiu feito uma égua em
disparada, corria, suava, seus pensamentos tinham a força de um coice e a
velocidade do desespero.
Chegou na mercearia onde Miguel
disse que Paulo e André ficaram e lá estavam.
Aparência de estrangeiro, mas era
daqui mesmo o fotógrafo.
Januária tenteou manter-se calma,
mandou os guris pra casa, mas antes os fez devolver o dinheiro que o moço tinha
dado...
Epílogo:
Januária
na cadeia quebrou a máquina de fotógrafo. Os meninos ficaram soltos no morro,
sendo tratados pelas comadres Januárias que nem ela.
Januária pensou: Tem máquina de
pesquisa aqui!
VIVIANE FLORES GOLDONI publicou o livro: "Poesias bipolares", pela Imprensa Oficial do Estado do Paraná - Secretaria de Estado da Cultura.
VIVIANE FLORES GOLDONI publicou o livro: "Poesias bipolares", pela Imprensa Oficial do Estado do Paraná - Secretaria de Estado da Cultura.
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